Você sabia que a fertilidade do homem e da mulher pode ser programada na gestação?
As células germinativas começam a formar a partir da 7ª semana de gestação, quando a mulher, muitas vezes, ainda nem sabe que está grávida.
Fatores ambientais como alimentação inadequada, contato com toxinas ambientais e uso de medicamentos, por exemplo, pode alterar a fisiologia ou a anatomia do indivíduo para a vida toda.
O uso de determinados medicamentos na gestação, no período em que as células germinativas masculinas estão sendo formadas, podem ter efeitos imediatos no crescimento das gônadas e causar a criptorquidia, que é a não descida dos testículos, e que lá na vida adulta pode influenciar na sua fertilidade.
Além desse efeito imediato no crescimento do órgão, pode acontecer também uma programação para funções alteradas dos testículos na vida adulta. Estudos mostram a relação da alta exposição a estrogênio na gestação com uma menor produção de testosterona, levando ao hipogonadismo na vida adulta, o que altera a maturação e a formação dos espermatozoides.
Estudos mostram também que uma deficiência protéica no momento da formação dos órgãos sexuais femininos pode levar a alterações no formato do útero, que pode ser um fator dificultador para a gravidez.
Deficiências nutricionais específicas também podem programar a menina para uma baixa reserva ovariana, além de alterações hormonais relacionadas a programação da endometriose, da resistência à insulina e da Síndrome do Ovário Policístico (SOP).
Assim como um bebê pode sofrer ação de fatores ambientais e genéticos e ser programado para desenvolver doenças crônicas como diabetes e hipertensão, por exemplo, ele também pode ser programado para ser infértil.
Nós podemos, através da nutrição, programar indivíduos que sejam saudáveis na vida adulta, com menor risco de desenvolver doenças crônicas e problemas de infertilidade.
Com carinho,
Cláudia Antunes - Nutricionista Materno Infantil