Na gestação as necessidades nutricionais maternas estão aumentadas, o que requer ajustes alimentares e muitas vezes de uma suplementação adequada.
Toda gestante deve ser suplementada com ferro (salve algumas exceções), principalmente no segundo e terceiro trimestre, e a dosagem vai depender de cada caso e do resultado dos exames bioquímicos.
No último trimestre de gravidez, a necessidade de ferro pela gestante aumenta muito, principalmente porque é nesse período que o bebê está fazendo sua reserva que vai durar até os 6 meses de vida. Vale lembrar que o ferro é extremamente importante para a função cerebral em todas as fases da vida.
A suplementação de ferro deve ser feita com cautela e em casos específicos, pois o excesso de ferro interage com o oxigênio e gera radicais livres altamente reativos.
É muito comum a suplementação com sais de ferro ferroso como o sulfato, fumarato e gluconato ferroso em pacientes com deficiência de ferro ou anemia ferropriva. Muitos pacientes que são suplementados com esses sais de ferro (sulfato ferroso, por exemplo) queixam de efeitos colaterais gastrointestinais , dentre eles constipação e náuseas. Esses efeitos podem ser devido a alterações da microbiota intestinal e aumento de radicais livres no lumen intestinal, provocando inflamação local. Devido os efeitos colaterais desagradáveis muitas gestantes param de tomar a suplementação por conta própria, o que não é nada legal para a saúde da mãe e do bebê.
Além disso, é bem comum nos excipientes dos suplementos industrializados a presença de óleo de soja, lecitina de soja, gelatina, mistura de sorbitol/glicerina, água destilada, parabenos (metilparabeno, propilparabeno), dióxido de titânio, dentre outros. Ou seja, várias substâncias químicas sintéticas e xenobióticos que podem agir como desreguladores endócrinos (ligam-se a receptores hormonais e interferem na ação dos hormônios).
Quando fazemos uma prescrição de suplementos manipulados conseguimos reduzir os efeitos colaterais no trato gastrointestinal e também eliminar vários compostos indesejáveis nos excipientes da formulação.
A suplementação de ferro quelado com aminoácidos, por exemplo, está associada a menor incidência de efeitos colaterais em comparação às formas ferrosas não queladas. E para eliminar as substâncias químicas indesejáveis nos excipientes da fórmula, podemos optar por cápsulas transparentes ou pigmentadas com corantes naturais. Para as gestantes com dificuldades para ingerir comprimidos, podemos optar pela solução em gotas.
Converse com seu médico ou nutricionista materno infantil caso a suplementação de ferro esteja te causando algum desconforto, mas não deixe de tomar o suplemento por conta própria, ele é extremamente importante para você e seu bebê.
Com carinho,
Cláudia Antunes - Nutricionista Materno Infantil
